SETCERGS reprova decisão da Câmara dos Deputados sobre aumento da mistura obrigatória de biodiesel ao diesel

Sindicato expressa preocupação com os impactos da medida na indústria de transporte rodoviário de cargas e logística

O Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística no Rio Grande do Sul -SETCERGS manifesta sua contrariedade a decisão da Câmara dos Deputados em não aprovar a emenda que buscava evitar o aumento da mistura obrigatória de biodiesel ao diesel. A votação ocorreu na quarta-feira (13/03) e tinha a finalidade de evitar o aumento da mistura obrigatória de biodiesel ao diesel, medida que preocupa profundamente o setor de transporte rodoviário de cargas e logística.

A medida, presente no texto do relator, estabelece um aumento gradual da mistura de biodiesel ao diesel, atingindo 15% a partir de março de 2025 e 20% a partir de março de 2030, com possibilidade de chegar a 25% a partir de 2031, conforme autorização do Conselho Nacional de Política Energética.

Segundo o presidente do SETCERGS, Sérgio Mário Gabardo apesar dos benefícios ambientais que o biodiesel pode trazer, misturas acima de 10% têm demonstrado ser prejudiciais aos motores de veículos pesados, além de causar problemas nos postos de combustível. O presidente do Sindicato reconhece o esforço do deputado Federal Bibo Nunes e de Jerônimo Goergen, assessor de relações governamentais do SETCERGS, pelo empenho na defesa dos interesses do setor.

O diretor de Gestão do SETCERGS, Roberto Machado, acrescenta que a medida vai impactar significativamente as operações do transporte rodoviário de cargas em todo o país.

“Nossa frota de caminhões não possui viabilidade técnica para suportar o aumento de percentual biodiesel sobre o diesel. Já vivemos um momento de enormes dificuldades operacionais, com o percentual de 13%, imagina agora, com 15, 16, 17, 18, 19 e 20%. Não existe tecnologia desenvolvida e em atividade, que suporte adição de biodiesel nos parâmetros propostos”, disse.

O deputado federal Bibo Nunes, salienta que ainda que a emenda não tinha sido aprovada, a informação importante foi colocada no texto da legislação, exigindo o laudo técnico com relação ao volume de biodiesel a ser colocado no combustível.

“Esse percentual acima do que temos hoje vai prejudicar o motor, quebrando os caminhões e gerando muitos acidentes porque numa lomba por exemplo estoura o motor fica sem controle, como fica? Inclusive, eu falei que a esquerda será responsável pelos acidentes que acontecerem, caso não fosse colocado o laudo técnico para limitar o índice de biocombustíveis junto com o diesel comum. Então, foi feito um belo alerta lá nesse sentido”, disse.

O SETCERGS defende a revogação dos dispositivos legais que autorizam esses aumentos, retornando ao patamar de 10% de mistura. O tema será analisado, ainda, no Senado Federal.

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