Programa pretende começar com caminhões e ônibus
O governo tem alinhavado um programa de renovação de frota que deverá começar com um piloto ainda este ano, segundo Margarete Gandini, coordenadora-geral de Implementação e Fiscalização de Regimes Automotivos da Secretaria de Desenvolvimento da Indústria, Comércio, Serviços e Inovação, vinculada ao Ministério da Economia.
Durante apresentação no AB Plan 21 Near, evento on-line realizado por Automotive Business na quarta-feira (3), a articuladora do governo com a indústria automotiva afirmou que “a principal preocupação é que seja um programa de renovação de frota estruturante e permanente, tem de ser um programa de Estado”, destacou.
“É importante destacar que a modelagem que construímos não será baseada em subsídios, e sim em princípios de mercado”, afirmou, completando que o programa de renovação de frota deverá começar com veículos pesados (caminhões e ônibus).
Além do avanço no programa de renovação que vem sendo articulado há décadas pela indústria, Margarete Gandini abordou temas relativos ao Rota 2030, o programa do governo lançado em 2018 destinado a estabelecer os rumos do desenvolvimento da indústria automotiva no Brasil. O próximo ciclo do plano terá como foco principal reduzir a pegada de carbono do veículo brasileiro.
“Nós queremos caminhar já para a pegada de carbono no próximo ciclo até 2027, ou seja, emissões do poço à roda, não só emissão do carro, mas o ciclo completo do combustível. E também devemos trabalhar algo com pesados. Essas são as grandes linhas para definir o que queremos”, declarou.
Quanto aos possíveis estímulos aos veículos híbridos e elétricos, a representante do governo afirmou que a função do governo é “tocar o tambor e a do mercado é decidir qual a rota tecnológica a ser seguida”.
“Queremos chegar a 2030 com um carro verde, um carro sustentável. Por isso nossas discussões começaram no primeiro ciclo ampliando a exigência de eficiência energética, agora vamos para a pegada de carbono. Em relação aos híbridos e elétricos, revisamos no primeiro ciclo sua tributação, com redução do IPI. Mantivemos, e agora até reduzimos, o imposto de importação destes veículos”, afirmou Margarete Gandini.
A coordenadora geral de regimes automotivos lembrou também que já há um posicionamento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) no sentido que o abastecimento do veículo não é venda de energia, mas sim uma prestação de serviço. “Isso facilita bastante a estruturação de postos de abastecimento”, afirmou.
Apesar de alguns atrasos em processos provocados pela pandemia, Margarete disse que estão evoluindo os programas de pesquisa e desenvolvimento tecnológico que são financiados com verbas redirecionadas pelo Rota 2030 – são recursos que antes eram recolhidos em imposto reduzido (ex-tarifário) de 2% sobre componentes importados sem similar nacional, que agora fabricantes de veículos e autopeças podem direcionar para financiar instituições que trabalham em projetos com tecnologia nacional. “Nós devemos lançar, ainda neste primeiro semestre, outro programa que é para desenvolver tecnologias emergentes e que nós não temos em produção no País. Já estamos em discussão sobre isso com um grupo amplo desde novembro – que acaba de ser ampliado com a inclusão de vários players”, afirmou.
Fonte: Automotive Business
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