Produção de veículos pesados deve crescer 23% em 2021

Garantia é da Anfavea

As fabricantes de caminhões e ônibus instaladas no Brasil deverão produzir 135 mil unidades de veículos pesados em 2021. Essa é a projeção da Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) divulgada na sexta-feira (8). Esse volume é 23% maior do que as 109 mil unidades fabricadas em 2020. A maior parte da produção (cerca de 116 mil) será de caminhões.

Vice-Presidente da Anfavea, Marcos Saltini disse ao Estradão que a produção de caminhões vai aumentar principalmente por causa do mercado interno. Segundo ele, graças à manutenção do crescimento de setores como o agronegócio, e-commerce e construção civil. Ou seja, os mesmos que puxaram a demanda em 2020.

“Esse perfil não mudou, mas o que vamos ver no começo do ano é como vão ficar as restrições de locomoção, no comércio e se haverá fechamento dos Detrans. Isso tudo pode impactar nas vendas e, consequentemente a produção”, diz.

No entanto, alguns desafios precisam ser vencidos para que essa previsão se consolide. O primeiro deles é a continuidade da pandemia e suas consequências. “Não sabemos ainda se as autoridades vão manter as restrições de circulação do comércio e da indústria como ocorreu no início. E isso poderá impactar a produção com a falta de materiais”, diz.

Falta de materiais em 2021

De acordo com o executivo, a indústria ainda sente reflexos da carência de materiais. Até o momento ainda há falta de pneus e plástico, por exemplo. Isso fez a produção sofrer algumas paradas pontuais ao longo do último trimestre de 2020. Por isso, as fabricantes realizaram uma força-tarefa em dezembro para tentar melhorar a situação. “Há empresas que reduziram as férias coletivas e outras que não tiveram duas de descanso para garantir a entrega dos pedidos”, diz.

Outro importante desafio a vencer é a variação do câmbio que faz aumentar o preço dos insumos indexados ao dólar ou os importados. “E isso poderá pressionar os preços dos caminhões e ônibus, o que pode derrubar as vendas e reduzir a produção”, diz.

Alcançar esse patamar de produção também dependerá da recuperação da economia. De acordo com o executivo, a projeção de aumento de 3,9% do PIB em 2021 vai impactar diretamente nos negócios de caminhões e ônibus. “Contudo, há fatores que podem atrapalhar como a extinção do auxílio emergencial, por exemplo.

Saltini também enxerga com preocupação o aumento do ICMS nas transações comerciais dentro do Estado de São Paulo. De acordo com ele, deverá impactar principalmente no valor de revenda do caminhão usado e gerando reflexo na venda de 0km e nos pedidos de produção. “O problema é se mais estados quiserem aderir a esse aumento”, diz.

Exportações

Para o mercado externo, a expectativa da Anfavea é que os pedidos de caminhões e ônibus de outros países sejam mais robustos neste ano, com 20 mil unidades enviadas para outros países. O volume é 16% superior as 17 mil unidades de 2020. De acordo com Saltini, os mercados que devem puxar as vendas de caminhões para fora do Brasil são Argentina, Peru e México. No setor de ônibus haverá demandas de países que estão abrindo licitações, como o Chile.

Fonte: Estradão

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