Para analistas, risco duraria “somente alguns dias”
No último dia 24 de maio, a Agência de Notícias Reuters publicou uma notícia mostrando que a Petrobras fez um alerta ao Governo Federal, destacando que pode haver uma falta generalizada de diesel no país se os preços não acompanharem o mercado internacional.
O mercado internacional de combustíveis está extremamente impactado pela guerra na Ucrânia, que levou a diversas sanções à Rússia, país que é o segundo maior produtor de petróleo do mundo. Devido a esse cenário, aliado à falta de capacidade nos estoques de petróleo do planeta inteiro e aumento do uso de combustível durante a safra de grãos, a administração da Petrobras alertou que a empresa e outros importadores teriam dificuldades para garantir o fornecimento de diesel em meio à escassez mais grave de combustível em 14 anos.
“Se não houver sinal de preços de mercado à frente, há risco material de desabastecimento de diesel no pico de demanda da safra, afetando o PIB do Brasil”, disse a Petrobras na apresentação intitulada “Combustíveis: desafios e soluções”, datada de maio de 2022.
Refinarias dos Estados Unidos, tradicionais fornecedoras de diesel para a Petrobras, estão voltando suas atenções para a Europa, duramente impactada pela escassez de combustíveis, ligando um sinal de alerta para a estatal. A Petrobras também destacou na apresentação que não pode resolver sozinha o aumento global dos preços de energia.
Para a Petrobras, uma das soluções mais rápidas para o problema seria a criação de subsídios e o corte de impostos sobre os combustíveis para os consumidores, como já acontece na Europa. O custo total de um subsídio para o diesel poderia ser de R$ 60 bilhões ao ano.
Apesar do risco ser real, analistas do setor esperam que uma possível falta de diesel no Brasil dure somente alguns dias, no máximo. Essa falta, se acontecer, deve impactar mais os postos de bandeira branca, e também regiões mais afastadas do país.
Atualmente, a produção de petróleo no Brasil é maior do que a quantidade que é consumida, mas falta capacidade de refino, por isso, o óleo bruto é exportado e são realizadas importações de todos os tipos de combustíveis prontos. Cerca de 23% do diesel consumido no Brasil é importado.
Para muitos analistas, uma falta de diesel no Brasil só vai ocorrer se acontecer uma série de eventos aconteçam ao mesmo tempo, como o preço nacional estar abaixo do valor internacional, que problemas paralisem as refinarias dos Estados Unidos e que as sanções contra a Rússia fiquem muito mais duras.
O que é mais esperado, na verdade, são mais aumentos para o valor dos combustíveis. Como o Brasil tem sido tão impactado quanto outros mercados na questão dos combustíveis, os valores devem continuar subindo, até que a oferta mundial seja normalizada. O aumento de valores impacta sempre o consumidor final, especialmente o caminhoneiro autônomo, no caso do diesel.
Fonte: Blog do Caminhoneiro