Pesquisa da CNT indica piora na qualidade das rodovias

A Confederação Nacional do Transporte (CNT) divulgou, nesta terça-feira, 7 de novembro, em Brasília, a 21ª edição da Pesquisa CNT de Rodovias. A pesquisa avaliou 105.814 quilômetros de rodovias, um acréscimo de 2.555 quilômetros (+2,5%) em relação a 2016, sendo que foi percorrida toda a extensão pavimentada das rodovias federais e das principais rodovias estaduais do país.

Neste ano, a pesquisa constatou uma queda na qualidade do estado geral das rodovias pesquisadas. A classificação regular, ruim ou péssima atingiu 61,8%, enquanto que, em 2016, esse índice era de 58,2%. Em 2017, 38,2% das rodovias foram consideradas em bom ou ótimo estado, enquanto que, um ano atrás, esse percentual era de 41,8%.

A sinalização foi o aspecto que mais se deteriorou. Em 2017, o percentual da extensão de rodovias com sinalização ótima ou boa caiu para 40,8%, enquanto 48,3% haviam atingido esse patamar no ano passado. Neste ano, a maior parte da sinalização (59,2%) foi considerada regular, ruim ou péssima.

Em relação à qualidade do pavimento, a pesquisa indica que metade (50%) apresenta qualidade regular, ruim ou péssima. Em 2016, esse percentual era de 48,3%.

Já a geometria da via, outro quesito avaliado pela pesquisa, manteve o mesmo resultado do ano passado: 77,9% da extensão das rodovias tiveram sua geometria avaliada como regular, ruim ou péssima, e apenas 22,1% tiveram classificação boa ou ótima.

Faltam investimentos

“A queda na qualidade das rodovias brasileiras tem relação direta com um histórico de baixos investimentos em infraestrutura rodoviária e com a crise econômica dos últimos anos”, afirma o presidente da CNT, Clésio Andrade. Segundo ele, a drástica redução dos investimentos públicos federais a partir de 2011 levou a um agravamento da situação das rodovias. Em 2011, os investimentos públicos federais em infraestrutura rodoviária foram de R$ 11,21 bilhões; em 2016, o volume investido praticamente retrocedeu ao nível de 2008, caindo para R$ 8,61 bilhões; e, este ano, até o mês de junho, foram investidos apenas R$ 3,01 bilhões.

Para dotar o país de uma infraestrutura rodoviária adequada à demanda nacional, são necessários, segundo o Plano CNT de Transporte e Logística, investimentos da ordem de R$ 293,8 bilhões.

Apenas para manutenção, restauração e reconstrução dos 82.959 quilômetros onde a Pesquisa CNT de Rodovias deste ano encontrou trechos desgastados, trincas em malha, remendos, afundamentos, ondulações, buracos ou pavimentos totalmente destruídos, são necessários R$ 51,5 bilhões.

 

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