Obras para reparo na infraestrutura rodoviária do RS não têm prazo para conclusão

Toda a malha dos municípios que estavam em decreto de calamidade pública assim como pontes e encostas foram incluídas na cotação

Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, o gerente-executivo de Desenvolvimento do Transporte da Confederação Nacional do Transporte (CNT), Tiago Veras, falou sobre a indefinição do prazo para conclusão da restauração da infraestrutura rodoviária do Rio Grande do Sul, danificada pela enchente que atingiu o Estado entre abril e maio.

— Não estimamos, porque isso vai depender que se perceba primeiro toda a extensão do problema. Como a área que foi impactada é imensa, isso não vai poder ser feito em simultâneo em todo Estado, por mais que esses valores estejam disponíveis imediatamente. Porque as obras acabam tendo impacto na circulação e disponibilidade dessas infraestruturas, muitas vezes é preciso que haja bloqueio, elas causam essa interferência na circulação. Isso deve ser objeto de um planejamento muito cuidadoso, para que a gente consiga fazer de uma maneira muito programada, para que no futuro esse impacto seja minimizado para a população — afirmou Veras.
O investimento necessário estimado para a recuperação da infraestrutura rodoviária do Estado é de R$ 19 bilhões a R$ 27,2 bilhões, a depender dos tipos de intervenção realizados:

— Consideramos toda a malha dos municípios que estavam em decreto de calamidade pública, com base nisso foi que nós estimamos o valor de R$ 27 bilhões, em um cenário em que os danos estejam mais profundos e será preciso mesmo reconstruir as camadas todas, reconstruir essas rodovias afetadas. Fizemos também um cenário em que, caso esse dano não tenha sido tão profundo, o valor mais baixo seria de R$ 19 bilhões. É um valor tanto para recompor as condições de tráfego das rodovias nos municípios afetados como para situações pontuais, pontesque caíram, encostas que cederam.

Veras alertou ainda para a importância, passado este momento emergencial, de uma vistoria mais profunda por parte dos órgãos gestores dessas rodovias, para averiguar possíveis danos mais profundos na estrutura.

— É preciso que os órgãos, os gestores dessa infraestrutura rodoviária vão ao terreno e façam inspeções, vistorias, para entender qual foi o dano real, porque há um dano que está à vista, que uma vez resolvida de forma emergencial, até exemplar pelos órgãos, mas há muitas vezes danos que não estão à vista. A rodovia não foi feita para ser alagada, então é preciso entender se houve danos às camadas inferiores.
A estimativa é feita para reparação das estradas ao momento anterior às enchentes, mas também são necessárias medidas para adaptar a estrutura de uma forma mais resiliente para o futuro.

— O que se espera, infelizmente, é que esses eventos sejam cada vez mais frequentes. O CNT aponta a necessidade de que sejam criadas e implantadas salas permanentes de situação para acompanhar o desenvolvimento desse evento climático. Já há algumas salas específicas no país para a questão do monitoramento climático e ambiental, mas é preciso alargar o âmbito delas para especificamente essa questão da infraestrutura e monitoramento. Temos problemas relacionados à drenagem, muito dos problemas que a gente teve foi relacionado à passagem da água. Os sistemas de drenagem são fundamentais para garantir a solidez e estabilidade das infraestruturas. É preciso ter esse sistema de monitoramento de drenagem e de contenção para evitar que as encostas desçam — afirmou o representante da CNT.

Fonte: GZH

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