Ipea revisa projeção de inflação no ano para 7,1%

Principais causas são reajustes de gasolina e energia elétrica

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) alterou a projeção para a inflação deste ano. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi revisto de 5,9% para 7,1%. Parte da explicação para a mudança é a expectativa de reajustes mais acentuados para a gasolina e a energia elétrica, que remete a uma elevação da projeção de preços monitorados de 9,5% para 11%. Outra pressão vem dos preços dos alimentos no mercado internacional, que devem fechar o ano acima do esperado anteriormente, em particular as proteínas animais. Esse movimento eleva a projeção da inflação dos alimentos de 5% para 6,9%.

Quanto ao mercado internacional, é esperada a pressão vinda das matérias-primas, que combinada com o aumento da utilização da capacidade instalada na indústria e os estoques abaixo do nível desejado, são fatores para a manutenção de alta nos preços dos bens industriais. A projeção de inflação do segmento subiu de 4,8% para 6,6%. A aguardada retomada do setor de serviços trouxe o avanço da inflação desse segmento em ritmo maior que o esperado inicialmente. A previsão, então, passou de 4% para 5%.

O Ipea destacou ainda a alta de 4,76% apontada pelo IPCA para o período de janeiro a julho, patamar acima do centro da meta de inflação, de 3,75%. Embora parte dessa pressão inflacionária ser esperada, diante do represamento de reajustes em 2020, as altas consecutivas das cotações das commodities no mercado internacional e os eventos climáticos adversos, como a longa estiagem e a ocorrência de geadas em regiões de produção agrícola, surpreenderam negativamente e desencadearam novos aumentos de preços de alimentos e de energia.

2022

Para o ano que vem, as previsões levam em consideração uma acomodação nos preços internacionais das commodities e na baixa probabilidade de um fenômeno climático adverso intenso, como ocorreu este ano com a falta de chuvas e geadas.

Se confirmando as previsões, a pressão sobre alimentos, combustíveis e energia elétrica seria menor. As projeções contam ainda com uma retomada mais forte do mercado de trabalho e os seus efeitos positivos sobre a demanda. Além disso, a sinalização de permanência da trajetória de alta de juros pode contribuir para reduzir as variações de preços de bens e serviços. Foi com este cenário que o Ipea projetou o IPCA em 4,1% e 3,9% para o INPC.

O Ipea acrescenta, no entanto, que os riscos à inflação em 2022 seguem associados aos preços das commodities e à taxa de câmbio. 

Fonte: Agência Brasil

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