Interrupções e bloqueios de rodovias impactaram o setor de transporte e logística do RS

Chuvas frequentes e acima da média histórica foram consequências do El Niño no Rio Grande do Sul, deixando marcas que infelizmente não foram boas

Em dois momentos distintos, em setembro e em novembro, as cheias de rios deixaram milhares de pessoas desabrigadas, provocaram estragos estruturais sérios e proporcionaram graves estragos em rodovias, pontes, viadutos e vias de acesso a diversos municípios. Para o Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística no Rio Grande do Sul (SETCERGS) o fenômeno mostra o quanto é importante que os governos tirem como lição a importância do investimento em infraestrutura.

Problemas climáticos que interrompem estradas têm um impacto significativo no transporte de cargas e, por conseguinte, na economia na totalidade.

“Acima de tudo, lamentamos as perdas humanas e de patrimônio de milhares de gaúchos. Mas além desse aspecto, o fenômeno gera uma série de desafios para as operações logísticas. Uma das maiores preocupações são os atrasos nas entregas e nesse aspecto, as empresas estão mobilizando esforços gigantescos e conseguindo fazer com que os consumidores praticamente não sintam esse prejuízo”, afirmou o presidente do SETCERGS, Sérgio Mário Gabardo.

O que e relevante destacar, conforme o líder da entidade, é que esse esforço tem um preço. Quando estradas estão intransitáveis, as empresas de transporte são forçadas a encontrar rotas alternativas, muitas vezes mais longas e complexas. Isso eleva os custos operacionais, desde o consumo adicional de combustível até despesas relacionadas a rotas alternativas e possíveis danos aos veículos devido às condições precárias das estradas.

“Os fretes, hoje, estão com valores extremamente defasados que muitas vezes sequer são suficientes para pagar os custos. O transportador às vezes tem que rodar quilômetros, muitos estradas vicinais sem condições de passar. Estamos falando em muitos casos de caminhão pesado chegando a pesar 70 toneladas que vai ter que rodar mais 100 ou 200 quilômetros dando manobra para chegar ao destino. Então, o problema é muito maior do que as pessoas pensam. São problemas realmente graves”, acrescentou Gabardo.

Por tudo isso, é crucial haver investimentos contínuos em infraestrutura de transporte. Estradas mais resistentes a condições climáticas extremas e sistemas de alerta precoce podem contribuir significativamente para minimizar os efeitos adversos desses eventos.

Bloqueios
Os bloqueios nas rodovias estaduais gaúchas trazem transtornos significativos devido às condições climáticas adversas. De acordo com relatório recente da Polícia Rodoviária federal, diversos trechos ainda apresentam bloqueio total, sendo alguns dos principais pontos de interrupção nas seguintes rodovias: VRS 817, KM 10, em Alto Alegre, devido a uma erosão na pista; ERS 324, KM 52, entre Planalto e Nonoai, com bloqueio total devido ao rompimento de boeiro; RSC 480, KM 01, em Erval Grande, com bloqueio total devido ao rápido aumento do nível do Rio; ERS 550, KM 23, em Pirapó, com bloqueio total devido à submersão de uma ponte.

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