Casa Civil tenta apoio do setor privado
O governo federal aposta na estratégia de aplicar testes gratuitos de covid-19 em caminhoneiros e no convencimento de países vizinhos em padronizar os protocolos sanitários na fronteira para garantir fluxo de exportação pelo modal rodoviário.
Em reunião por videoconferência nesta terça (18), integrantes do governo brasileiro defenderam a adoção de “parâmetros uniformes” por Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai, Peru e Uruguai — países signatários do Acordo Sobre Transporte Internacional Terrestre (ATIT). “A ideia é alcançar protocolos mais uniformes e convergentes possíveis”, informou a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), em posicionamento enviado ao Valor.
A agência classifica a estratégia de convencimento como uma “tarefa árdua”, ao levar em consideração que é preciso construir consenso entre os sete países. O encontro entre as autoridades contou com o apoio da Associação Latino Americana de Desenvolvimento e Integração (Aladi), que funciona como secretaria geral do Atit.
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, os países membros da Atit apresentaram suas posições sobre a proposta brasileira. Em nota, o Itamaraty informou que o Brasil sugeriu, em 6 de maio, diretrizes sobre as “exigências sanitárias de tripulantes do transporte internacional de cargas por via rodoviária no contexto da pandemia do novo coronavírus”.
Testes gratuitos
A Casa Civil confirmou que o governo mantém tratativas com o setor privado para apoiar, por meio de doações, o plano de testagem voltado para caminhoneiros do transporte internacional, especialmente entre o Brasil e a Argentina — principal parceiro comercial na região.
Além das negociações em âmbito internacional e com o empresariado nacional, o Itamaraty informou ainda que “há tratativas em curso” com os governos do Acre, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, bem como com autoridades municipais dos principais pontos de passagem fronteiriços com o Peru e Argentina. A negociação também vai no sentido de viabilizar “a realização gratuita de testes RT-PCR em caminhoneiros que transportam exportações brasileiras destinadas à Argentina, Chile e Peru” — países que exigem a apresentação de resultados negativos para cruzar a fronteira.
“Face à urgência do tema, alternativas têm sido elaboradas para que o material possa ser coletado ao longo dos principais corredores logísticos, em pontos estrategicamente discutidos e previamente localizados, de forma que os resultados dos testes lhes sejam entregues tempestivamente e a viagem possa prosseguir sem grandes interrupções”, informou a ANTT, por meio de nota. A agência ressaltou que a expectativa é de que os testes sejam realizados gratuitamente.
Fonte: Valor Econômico
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