Falta de caminhões estende encomendas a abril de 2021

“Podemos ter risco de apagão na logística”, avalia NTC

A Fenabrave, associação que reúne as revendas franqueadas de veículos, divulgou na quarta-feira (4) o balanço consolidado de emplacamentos. Em outubro, foram emplacados 7.967 caminhões, alta de 7,76% sobre setembro – porcentual mais de duas vezes maior do que o registrado entre veículos leves (3,2%). Os dados comprovam o aquecimento do mercado de veículos de carga no País, puxado especialmente pelos segmentos de agronegócio e construção civil.

Alarico Assumpção Jr., presidente da Fenabrave, comenta que o resultado seria melhor se não fossem as limitações na produção. “O mercado de caminhões continua aquecido, mas a falta de componentes ainda causa problemas na produção. Por esse motivo, já estamos operando com pedidos até para abril de 2021, em alguns modelos”.

O dirigente explica que esta é a única trava para o crescimento do mercado nacional de caminhões. Segundo ele os bancos voltaram a financiar o segmento com maior disponibilidade. “Há boa oferta de crédito, com a manutenção de taxas abaixo de 1% e aprovação de sete a cada dez solicitações de financiamento”, conta.

Na comparação com outubro de 2019 (9.498 unidades), houve queda de 16,12% nos emplacamentos de caminhões no mês passado. No acumulado de dez meses foram licenciadas 70,6 mil unidades, o que representa retração de 16,2%.

A Fenabrave manteve sua projeção de vendas de caminhões em 2020, com estimativa de 86,6 mil emplacamentos, que representará retração de 15% sobre 2019. A previsão é um pouco melhor do que a divulgada mês passado pela Anfavea, que projeta a venda de 83,5 mil caminhões este ano, em baixa de 18% na comparação com o ano anterior.

Em entrevista recente ao jornal Valor Econômico Lauro Valdivia, assessor técnico da NTC&Logística, disse que caso a demanda reprimida cause um grande aumento no setor de transportes “podemos ter risco de apagão na logística”.

“Empresas foram fechadas, outras se descapitalizaram e, para agravar, temos um atraso na entrega de novos caminhões de quase seis meses”, relatou.

As vendas de carretas (implementos rodoviários rebocados) já superam a crise de 2020 e mostram desempenho superior ao de 2019. Foram emplacadas 6.750 unidades em outubro, em crescimento substancial de 22,6% sobre o mesmo mês do ano passado. Em relação a setembro a alta foi de 5%.

O acumulado de janeiro a outubro comprova que o segmento já se recuperou da recessão causada pela pandemia de coronavírus em 2020. Os 53,6 mil emplacamentos de carretas em dez meses estão 0,7% acima dos registrados em igual período de 2019.

“Os resultados poderiam ser ainda melhores. Mas, assim como acontece com caminhões, a alta demanda do segmento de implementos rodoviários não consegue ser suprida em sua totalidade, mesmo com as implementadoras trabalhando na sua capacidade máxima de produção. Com isso, muitas continuam operando com pedidos já para março de 2021”, destaca Assumpção Jr.

Fontes: Automotive Business/Valor

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