E-commerce puxa demanda por emprego temporário na logística

Expectativa é que setor continue aquecido pelos próximos meses

O avanço do e-commerce e a corrida do varejo eletrônico para entregar com rapidez as encomendas turbinaram as contratações de temporários em logística neste final de ano. As admissões nos centros de distribuição e em serviços de apoio ao e-commerce cresceram num ritmo duas vezes superior ao do varejo tradicional.

Entre outubro e dezembro deste ano, as admissões de temporários para logística aumentaram quase 50% ante o último trimestre de 2020. Também em comparação com o quarto trimestre de 2019, a fase pré-pandemia, as contratações para logística neste ano estão cerca de 30% maiores, revela levantamento da Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem).

Em números absolutos, a maior parte dos temporários do varejo de fim de ano ainda está na loja física, mas a velocidade de abertura de postos tem sido bem menor em relação à logística. O comércio tradicional contratou 84,7 mil temporários no último trimestre, ante 70 mil em 2020, alta de 21%. Ante o mesmo período de 2019, a queda foi de 3%.

O presidente da Asserttem, Marcos Abreu, disse que o desempenho do setor é “a grande surpresa”. “É o segmento que mais aumenta”, afirmou.

O Mercado Livre, por exemplo, que esperava contratar mais de 800 temporários até o final de dezembro, informou às vésperas da Black Friday que tinha admitido mais de 2 mil. A Via, dona da Casas Bahia e da Ponto, admitiu 1,2 mil temporários para logística, um contingente 20% maior do que nos últimos anos. Também o Magazine Luiza admitiu 4 mil temporários para o setor, 2,4 mil a mais do que no ano anterior.

Gabriela Mative, diretora de RH da Luandre, uma das maiores agências de temporários do País, afirmou que as admissões para o varejo tradicional aumentaram neste ano 20%, enquanto no online o avanço foi de 60%.

Cerca de 70% das vagas temporárias na logística são para operadores, cargo que pode ser comparado ao de vendedor de loja. Quem ocupa essa posição normalmente é o jovem em busca do primeiro emprego, como Luana Gabriele Ramos, de 18 anos. Depois de trabalhar por 11 meses como jovem aprendiz, ela ingressou em março numa vaga temporária como operadora de atendimento de e-commerce. Em setembro, o contrato foi renovado até o final deste mês.

E essa demanda deve continuar. A Confederação Nacional do Comércio estima que o e-commerce no Brasil feche 2021 com um avanço de 38%, movimentando cerca de R$ 304 bilhões.

Fonte: JC

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