Diesel: Planalto avalia racionamento após alerta

Combustível está com alta demanda no mercado internacional

Após a Petrobras ter alertado o governo federal sobre o risco de o Brasil sofrer desabastecimento de diesel, o Palácio do Planalto avalia sugestão da estatal para elaborar plano de racionamento emergencial do combustível.

O diesel está com alta demanda no mercado internacional. No Brasil, atingiu o maior valor da série histórica, iniciada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) em 2004.

Conselheiros da Petrobras se reuniram para debater eventual desabastecimento. De acordo com comunicado enviado ao governo, o mercado global de óleo diesel poderá ficar ainda mais pressionado nos próximos meses. Entre os motivos, a petroleira lista:

  • o aumento sazonal da demanda mundial no segundo semestre; 
  • menor disponibilidade de exportações russas pelo prolongamento de sanções econômicas ao país; 
  • eventuais indisponibilidades de refinarias nos Estados Unidos e no Caribe, com a temporada de furacões de junho a novembro. 

No Brasil, a Petrobras anunciou recentemente o aumento de 18,8% na gasolina e de 24,9% no diesel nas refinarias. Já no gás de cozinha (GLP), a alta foi de 16,1%. Com o novo reajuste, o valor atual da gasolina no Brasil está acima dos R$ 7,00 por litro.

Nas próximas semanas, a área técnica do governo federal deve se debruçar sobre o assunto e buscar alternativas para o problema. Entre as opções em discussão, está a de que sejam listados “serviços essenciais” em um eventual racionamento. Nessa hipótese, ambulâncias e transporte de grãos e alimentos teriam prioridade para receber o diesel.

O Brasil é considerado estruturalmente “deficitário” em óleo diesel. No ano passado, por exemplo, quase 30% da demanda total do país veio de fora.

Historicamente, o consumo de diesel é mais alto no segundo semestre em razão das sazonalidades das atividades agrícola e industrial. Segundo fontes do governo, o Ministério de Minas e Energia já trabalha com a expectativa de que o consumo do combustível neste ano supere a quantidade consumida em 2021.

Fonte: Metrópoles

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