Cooperativas de transporte rodoviário de cargas também podem fazer o pedido
Em dois anos de existência, o Crédito Caminhoneiro do BNDES liberou apenas 1,2% da verba prometida. O auxílio criado para apoiar gastos de manutenção e conservação de caminhões foi criado em 2019 e está previsto para terminar neste mês de junho. Originalmente, a linha de crédito era de R$500 milhões, mas neste período, só foram liberados R$6 milhões.
Em nota, o BNDES confirmou essa informação sobre o Crédito Caminhoneiro: “entre junho de 2019, mês de início da operacionalização, e março de 2021, as aprovações alcançaram o montante de R$ 7 milhões (os desembolsos até o momento foram de R$ 6 milhões) para 188 operações”.
Como funciona o Crédito Caminhoneiro do BNDES?
O Crédito Caminhoneiro é direcionado para Transportadores autônomos de carga residentes e domiciliados no País, inscritos no Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Carga (RNTRC) e para Cooperativas de transporte rodoviário de cargas, também inscritas no RNTRC,
Ele possibilita o financiamento de gastos com manutenção para a prestação de serviços de frete. Entre os serviços que podem ser feitos com o crédito estão:
- seguro do bem e/ou prestamista;
- gastos com manutenção e serviços gerais de oficina;
- aquisição de autopeças;
- aquisição de pneus.
O limite do financiamento varia de acordo com o tipo de cliente:
- Transportadores autônomos de carga: até R$100.000,00 por cliente;
- Cooperativas: o limite total será de até R$ 100.000,00 multiplicado pelo número de cooperados. Deverá ser observado o limite de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais) por operação.
Os prazos estabelecidos pelo BNDES são de até cinco anos. A carência varia de três a 12 meses.
Como conseguir o Crédito Caminhoneiro?
De acordo com o BNDES, o Crédito Caminhoneiro pode ser contratado em uma instituição financeira credenciada ao Banco Nacional de Desenvolvimento. A instituição escolhida pelo cliente vai informar qual a documentação necessária para conseguir o benefício, assim como a análise da concessão e da negociação de garantias.
Depois que a linha de crédito é aprovada pela instituição financeira, ela é encaminhada ao BNDES para homologação e liberação dos recursos.
Apesar disso, de acordo com o presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, conhecido como Chorão, é raro encontrar um caminhoneiro que realmente conseguiu o crédito.
Ele afirma que os gerentes dos bancos dizem que a linha não estava disponível e alegam riscos para não conceder os empréstimos. “Não conheço ninguém que tenha conseguido. Se o BNDES diz que teve liberação, tem de mostrar quem conseguiu”, ressalta Chorão.
A Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores afirma que vai entrar com um ofício junto ao Ministério da Economia solicitando a prorrogação do Crédito Caminhoneiro, que está previsto para terminar em junho e que também vai propor mudanças para a linha.
Fontes: Jornal de Brasília e UOL
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