Câmara aprova “BR do Mar”

Projeto traz novas formas de negociação e transporte de mercadorias

A Câmara dos Deputados aprovou, na noite desta segunda-feira (7), o projeto de lei (PL) 4.199 de 2020, que define incentivos para a navegação de cabotagem – aquela que ocorre dentro do litoral do país, sem cruzar fronteiras marítimas, exclusivamente com atracagem em portos nacionais.

Segundo informa a Agência Câmara, Faltam ser analisados seis destaques que podem alterar o texto. O PL foi aprovado por 324 votos a favor e 114 votos contrários.

A proposta libera progressivamente o uso de navios estrangeiros no País sem a obrigação de contratar a construção de unidades em estaleiros locais. Já a partir da publicação da futura lei, as empresas poderão alugar um navio vazio para uso na cabotagem.

Entregue em agosto para o Congresso, o projeto tramita em caráter de urgência.

BR do Mar

O projeto usa quatro eixos fundamentais para incentivar a cabotagem: frota, indústria naval, custos e portos. Em relação às frotas, o programa estimula as empresas já existentes e dá mais autonomia a elas, além de desburocratizar o registro e o tráfego de embarcações. Para a indústria naval, o governo pretende estimular a docagem de embarcações internacionais no Brasil, o que aumentará o conhecimento em manutenção e a comercialização de peças e maquinário para navios, estimulando a escalonagem da indústria brasileira.

Em redes sociais, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, comemorou a aprovação do PL e afirmou que a iniciativa “corrige um equívoco histórico: não aproveitar o litoral no transporte entre regiões”.

Mudanças

O relator do PL, o deputado Gurgel (PSL-RJ), incluiu um dispositivo para vedar expressamente a contratação de transporte terrestre, seja no trajeto até o porto ou do porto até o cliente final, por armadores marítimos ou por empresas de cabotagem ou de navegação que pertençam ao mesmo grupo econômico.

O líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), prevê que o projeto reduzirá o chamado “custo Brasil” em R$ 3 bilhões. “Pela primeira vez, colocamos soja brasileira na China mais barata do que a norte-americana, mas é preciso evoluir mais.”

Críticas

O deputado Fausto Pinato (PP-SP) insistiu que o texto favorecerá a formação de cartel em prejuízo do transporte rodoviário de cargas. “É questão de cadeia”, disse, anunciando que irá ao Ministério Público. O líder do governo negou irregularidades.

A análise do PL 4199/20, que começou às 15h55 e se estendeu até as 2h10, deve ser retomada hoje. A oposição tentará postergar os trabalhos argumentando que o texto beneficia empresas estrangeiras, ameaça empregos, prejudica a arrecadação e não reduz custos.

Fonte: Agência Brasil/Minfra/Agência Câmara de Notícias

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