O crescimento foi de 20,9% ainda em março
A indústria de transporte de cargas tem experimentado um crescimento notável, impulsionando significativamente o aumento dos serviços em todo o setor, registrado em 20,9% ainda em março conforme dados divulgados pela Confederação Nacional do Transporte (CNT). Esse desenvolvimento reflete uma recuperação promissora da economia global, bem como a crescente demanda por logística eficiente e confiável para o setor.
Segundo o estudo, apesar das oscilações e da dependência de alguns processos de aprovação políticas, o setor tem se mostrado resiliente, adaptando-se rapidamente às mudanças no ambiente econômico e às necessidades do mercado. O aumento do comércio internacional, combinado com a retomada de setores-chave, tem sido um dos principais impulsionadores desse crescimento substancial.
Para José Alberto Panzan, diretor da Anacirema Transportes e presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas de Campinas e Região (Sindicamp), “o transporte de cargas serve como um termômetro da economia, e se há consumo a indústria precisa repor o comércio, aumentando assim nossa atividade.”
O desempenho da atividade até o momento foi acima das previsões de mercado, de 1,23%, calculado com base em fatores sobre os quais o setor é fortemente influenciado, como o arcabouço fiscal, a política de preço dos combustíveis, a aprovação de reformas estruturantes e a manutenção dos juros, que acabam inibindo, principalmente, os investimentos privados.
Já a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP) alerta que qualquer reforma tributária que avance nas esferas governamentais não pode ameaçar o principal setor econômico brasileiro: o de serviços, que corresponde a 70% do Produto Interno Bruto e emprega 67% da população ocupada.
“Caso isso aconteça, será um risco para a própria economia nacional”¸diz, em nota.
Para a entidade, um iminente aumento na tributação do setor será prejudicial, antes de tudo, para micro e pequenas empresas, fundamentais para a saúde econômica do Brasil e, ao mesmo tempo, mais vulneráveis às mudanças na legislação tributária. Contudo, não é só isso: atingirá também relevantes segmentos centrais do setor, resultando em demissões, fechamento de empresas e queda de desempenho econômico como um todo. São negócios que vão de salões de beleza e gráficas a agências de locação de imóveis e carros e empresas de segurança privada.
“Do ponto de vista técnico, a ideia de estabelecer alíquotas diferenciadas para atividades específicas dos serviços, como saúde e educação – para mencionar algumas -, não é suficiente para minorar os efeitos nocivos da reforma. Se a ideia da PEC de prever uma tributação diferenciada tem como objetivo evitar o sufocamento do setor de serviços, esse tratamento deveria ser estendido para os demais segmentos que o integram a fim de que não acabem suportando a elevação da tributação, em detrimento de outros segmentos.”
Na mesma nota, a Fecomércio-SP diz que “outro ponto negativo é que a criação de um órgão responsável por administrar as arrecadações estadual e municipal sem a respectiva representação dos munícipios seria uma evidente afronta à Constituição, já que o sistema federativo está inserido como cláusula pétrea na Carta Magna, bem como um desacato à autonomia de estados e municípios, que deixariam de ser financeiramente independentes.”
Fonte: Monitor Mercantil