Atenção para a indústria nacional

Estudo mostrou que as máquinas e equipamentos usados pela indústria têm, em média, 14 anos de uso, há que se renovar o parque industrial

O mercado global está cada vez mais acirrado e, além de tentar inovar, exportando produtos com valor agregado, cada nação deve buscar seu diferencial nessa disputa. No Brasil, por ora, se fala muito no potencial das energias limpas, eólica e solar, bem como nas possibilidades que podem advir do uso do hidrogênio verde como fonte energética, o que poderia permitir que mais divisas fossem amealhadas sem causar o impacto danoso que os combustíveis fósseis e as termelétricas levam ao meio ambiente, com a emissão de gases de efeito estufa.

Ao mesmo tempo em que busca estar em consonância com os preceitos que regem a menor onerosidade à natureza no tocante à matriz energética, o país não pode ficar para trás em áreas tradicionais para a geração de riquezas, como é o caso da indústria, que se encontra com sua força motriz defasada em termos de operacionalidade e maquinário.

Nesse sentido, vem em boa hora o anúncio do governo federal de que está reservando recursos no orçamento para garantir incentivos ao setor industrial. De acordo com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, o governo vai enviar um PL ao Congresso com medidas visando à modernização do parque industrial. Os recursos virão da tributação sobre painéis fotovoltaicos que sejam importados e aerogeradores. A produção similar nacional já está com uma eficiência comprovada e merece apoio.

A iniciativa conta com o suporte da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Um estudo mostrou que as máquinas e equipamentos usados pela indústria nacional têm, em média, 14 anos de tempo de uso, sendo que 38% deles estão próximos disso ou já ultrapassaram o ciclo de vida ideal. Para a entidade, tal defasagem afeta a competitividade das empresas e exige maiores custos de manutenção e gerenciamento dos equipamentos.

Cabe esperar que tais proposições venham a ser implementadas com êxito para um maior equilíbrio entre os diversos setores da economia. A diversificação da oferta de bens e produtos competitivos, com inovação e tecnologia, pode ajudar o país no rumo do tão almejado crescimento econômico.

Fonte: Jornal do Comércio

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