Fabricante de carretas avalia que novo aumento pode comprometer pedidos
Os constantes reajustes do aço praticados pelas siderúrgicas acumulam a incrível variação de 79% entre janeiro de 2020 e março de 2021, segundo pesquisa divulgada pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Os anúncios de aumento de preços encostam no ritmo de um por mês, no início de maio houve elevação de 10% a 18% nos valores e o quinto acréscimo do ano vem aí, estimado em 15% a ser aplicado a partir de junho.
“Aumentos constantes comprometem o importante momento de recuperação econômica que estamos passando”, alerta Alves Pereira, diretor-geral da Rodofort, fabricante de carretas que tem no aço seu principal insumo. Para ele, mais um aumento no valor do aço poderá comprometer a carteira de pedidos, com cancelamentos de compras que têm grande potencial de frear a recuperação dos setores de caminhões e implementos rodoviários, que desde o segundo semestre de 2020 vem registrando forte crescimento após o primeiro impacto da pandemia.
De janeiro a abril a Rodofort entregou aos clientes 621 carretas, em acentuada expansão de 164% ante as 235 unidades emplacadas no mesmo período de 2020. A demanda em alta por novos produtos indica que os transportadores têm necessidade de renovar ou ampliar sua frota para transporte de mercadorias. “Um novo aumento no preço do aço poderá quebrar o ritmo de retomada da economia, prejudicando diretamente toda a cadeia de distribuição de produtos no Brasil”, teme Alves Pereira.
Para deixar ainda mais complicado esse cenário de fornecimento de aço no Brasil, as siderúrgicas decidiram no último mês que passarão a renovar seus contratos com os fabricantes de veículos por períodos trimestrais ou semestrais, e não mais anuais, como era o padrão no setor (leia aqui). Essa medida permite que o aumento de preço da matéria-prima seja feito com maior frequência, pois no formato anterior o custo do aço ficava congelado por longos períodos de tempo.
Fonte: Automotive Business
[xyz-ips snippet=”tagsPost”]