Levantamento revela comportamento dos criminosos
Dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo mostram que os roubos de carga aumentaram. Ou seja, de janeiro a agosto ocorreram 4.131 crimes do tipo no Estado. Alta de 4,71% em relação a igual período de 2020.
Do total de casos, 1.909 foram registrados na Capital, representando 46,21% das ocorrências. Enquanto que a região metropolitana, que compreende 39 municípios, respondeu por 1.273 dos roubos e furtos. Desse modo, representou 30,82% das ocorrências. Os 949 registros restantes correspondem aos crimes do gênero praticados no interior do Estado. E representam 22,97% do total.
Entretanto, os crimes relacionados aos roubos de carga no Brasil estão em queda. Mesmo com a alta em São Paulo.
E isso ocorre, porque os Estados do Rio de Janeiro e de São Paulo, que juntos representam cerca de 80% desses crimes em todo País, intensificaram suas ações de combate ao crime nos últimos anos. Segundo o assessor de segurança da NTC&Logística, Paulo Roberto de Souza.
Souza explica que pode parecer contraditório os roubos de carga estarem em queda no País. Ainda mais puxados por Rio de Janeiro e São Paulo, este, que neste ano apresentou aumento de ocorrências. Porém, a base de comparação vem desde 2017. Ano considerado o ápice dos crimes relacionados aos roubos de carga no Brasil.
Resposta ao crime organizado
Em razão da escalada da criminalidade, principalmente entre os anos de 2013 e 2017, o Estado do Rio de Janeiro posicionou o roubo de carga como o sexto principal crime. Integrando o chamado Indicadores de Criminalidade. Ou seja, quando ocorre o roubo de carga no Rio, a polícia tem que atender com a mesma prioridade que atende a crimes como latrocínio, homicídio ou estupro, por exemplo.
“Por essa razão, quando Rio de Janeiro e de São Paulo começaram a criar mecanismos de combate ao roubo de carga, estatisticamente, as ocorrências caíram em todo o País. Mas eu também vejo que a tecnologia evoluiu muito. Os sistemas de segurança como rastreamento e monitoramento de veículos dificultam cada vez mais as ações dos criminosos”, avalia Souza.
Levantamento revela comportamento dos criminosos
Segundo o Grupo Tracker, empresa especializada em rastreamento de veículos, os bandidos preferem produtos alimentícios, combustíveis, têxteis. Assim como eletrônicos, bebidas, cigarros, defensivos agrícolas e itens farmacêuticos.
Os dados são com base no Boletim Econômico Tracker com o Departamento de Pesquisas em Economia do Crime (FECAP).
Ainda de acordo com o levantamento da Tracker, Cubatão, Cajamar, Itaquaquecetuba, Osasco, São Bernardo do Campo, Embu das Artes subiram no ranking de roubo. No entanto, o topo da lista continua ocupado por São Paulo, Guarulhos e Jundiaí, sendo que estes dois últimos municípios concentram muitas empresas de transporte e centros de distribuição de mercadorias.
Para o coordenador do estudo do Grupo Tracker e professor do Departamento de Pesquisas em Economia do Crime (FECAP), Erivaldo Costa Vieira, a retomada econômica do setor de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correios contribuiu para o aumento das ocorrências este ano, em relação a 2020.
Em junho de 2021, o número de roubos e furtos a caminhões e reboques aumentou de 7,22%, na comparação com junho de 2020. No mesmo período, o setor cresceu 25,1%. Analisando o ano de 2020, os roubos e furtos a caminhões e reboques caíram 23,57%, quando comparado a 2019. No acumulado do ano passado, o setor de transportes registrou recuo de 9,3%, no estado de São Paulo, de acordo com dados do IBGE.
Fonte: Estradão