Estado registrou aumento na procura de novos centros de distribuição
A expansão do e-commerce e a busca por mais agilidade na ponta da entrega (last mile) revitalizou o segmento de espaços logísticos na capital paulista e arredores. A FecomercioSP estimou que as vendas on-line representaram 5% da receita do varejo só entre julho e agosto de 2020. O desempenho acelerou a demanda por galpões para centros de distribuição (CDs) e investimentos em espaços alternativos.
Em um raio de 35 km da capital, o espaço disponível para galpões logísticos passou de 198 mil m2 em 2018 para 400 mil m2 em 2020, com novos espaços construídos representando 111 mil m2 em 2018 e 233 m2 em 2020, segundo dados da Jones Lang LaSalle (JLL).
De um lado, estão os grandes condomínios e CDs em raio de até 30 km da cidade, com destaque para Guarulhos e Cajamar, com novas instalações para Mercado Livre e Amazon, que tem quatro CDs na área. O mais recente, inaugurado em setembro, com mais de 100 mil m2, é o maior da marca no Brasil, diz Marcelo Giugliano, diretor de varejo da Amazon. No Estado de São Paulo, o estoque de empreendimentos de alto padrão alcançou 8 milhões de m2 e a vacância caiu de 18% para 13% entre janeiro e dezembro. “É o melhor ano desde 2011”, diz Giancarlo Nicastro, da SiiLa Brasil, especialista no monitoramento do setor.
Do outro lado, cresce a oferta de espaços urbanos para estoques menores e entregas ligeiras, desde galpões antes fabris até mini-hubs em lojas, estacionamentos de shopping centers e de torres de escritórios vazias, além de armários para retirada dos produtos pelo consumidor (lockers) em estações de ônibus ou metrô.
Até espaços de escritórios e hotéis já compuseram ofertas para ocupação logística. “A vacância do segmento na cidade é de 3%”, estima Ricardo Hirata, gerente de locação industrial da JLL. Segundo ele, o mercado seguirá híbrido, com espaços em raio de 10 minutos do consumidor e 35 km ao redor da cidade.
Segundo Simone Santos, CEO da SDS, imobiliária de imóveis logísticos industriais, que registrou 30% de crescimento com locação de galpões em 2020 sobre 2019, pequenos espaços urbanos serão transformados em condomínios logísticos e alguns já têm locatários como Mercado Livre e a operadora LOG.
O interesse na última milha reforça investimentos. O Mercado Livre investiu na startup Kangu, que habilita pequenos comércios interessados em operar como mini-hubs para e-commerce. O Magazine Luiza comprou a plataforma GFL, com serviços como entrega no mesmo dia e coleta de produtos nas lojas ou depósitos dos vendedores de seu marketplace.
A B2W iniciou 2020 com 17 CDs e acrescentou mais cinco ao portfólio, cobrindo 12 Estados e desafogando os centros localizados em São Paulo. Em hubs urbanos investe desde 2014 com a compra da Direct. Hoje são cerca de 200 no país, 22 deles em São Paulo. Lojas Americanas e de parceiros somam 5 mil mini-hubs no país.
Fonte: ABOL
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