Com base no exemplo prático da Mercúrio Transportes, antiga empresa familiar fundada pela família Fração, a palestra “Sucessão: da empresa familiar para a família empresária” levou ao público a importância de temas relacionados a sucessão nas empresas e também, o passo empresarial após a profissionalização da gestão de uma empresa familiar.

A necessidade de um plano de governança empresarial foi destacado pelos palestrantes pois ao definir claramente a organização, responsabilidades e regras de gestão, o plano minimiza conflitos e assegura que a transição de liderança ocorra de forma mais harmoniosa. Além disso, a governança ajuda a profissionalizar a gestão, garantindo que a empresa esteja preparada para enfrentar desafios e aproveitar oportunidades, o que é essencial para sua continuidade.

Sérgio Fleck, com 40 anos de experiência como executivo e membro de uma família empresária, destaca a importância da governança para a sucessão e gestão de empresas familiares.

“Depois de 40 anos como executivo, mas também como membro de família, eu trabalho com governança e trabalho com o tema sucessão associado à gestão. Porque o meu viés de atuação, a minha especialidade é o que a gente chama de governança na prática. Aquilo que tu tem que fazer acontecer, as transformações que tu tem que fazer estruturar e sistematizar nas empresas para que elas adquiram sustentabilidade no sentido econômico, financeiro. Mas também perenidade, que elas durem” entende o consultor,

Fleck ainda destaca que a responsabilidade em assumir um papel na empresa começa dentro de casa e que, as famílias ensinarem desde cedo a importância do trabalho e a visão de que a empresa é um patrimônio, pode ajudar na sucessão.

A sucessão começa no núcleo familiar e principalmente na maneira como os pais trazem os filhos para o negócio. Então famílias que educam desde cedo e estimulam a vocação para o trabalho e a vocação para o entendimento de que a empresa é um negócio, que é um patrimônio, geralmente se dão melhor na sucessão. A preparação pode ser que no âmbito executivo ela seja nos últimos 10 anos, mas ela tem que ter começado bem mais cedo, na infância e principalmente na adolescência.

Os desafios da sucessão e venda de empresas familiares rondam a cabeça de jovens empresários, pois envolve não só questões financeiras, mas também relacionamentos familiares. Guilherme Fração, sócio-diretor de Risco&Compliance e Backoffice da Sameside Gestão de Patrimônio, explica que o processo pode ser complicado, mas ressalta que também é cheio de oportunidades de crescimento. Além disso, destaca que ouvir histórias de outras experiências pode inspirar e oferecer modelos úteis para enfrentar desafios comuns. 

“O processo de sucessão é um processo extremamente complexo da sucessão e ele envolve uma série de questões familiares, o momento do negócio, em que geração que está, então eu tenho convicção que ouvir outras histórias acaba inspirando ou talvez podendo copiar alguns modelos, algumas experiências, eu acho que isso agrega muito para quem está nesse momento vivendo isso”, destacou o empresário.

Num segundo momento da palestra, Fração explorou a venda da empresa, abordando as principais dúvidas que surgem sobre esse momento de transição. O que ocorre com a organização familiar e seus membros após a venda? Quais sentimentos e emoções estão envolvidos nesse momento de mudança significativa? Além disso, como a família se reorganizou do ponto de vista patrimonial, assegurando que os interesses de todos fossem respeitados? Essas perguntas ajudaram a plateia do COMJOVEM SUMMIT a compreender não somente as implicações financeiras, mas também as dinâmicas emocionais e familiares que se desenrolam após a venda da Expresso Mercúrio.