Contorno Viário da Grande Florianópolis promete reduzir congestionamentos em direção ao Litoral Norte de SC

Trecho com 50 quilômetros de extensão deve desviar cerca de 30 mil veículos diários. Percurso entre Biguaçu e Palhoça, que geralmente é percorrido em 2 horas, deve passar a ser realizado em 40 minutos

Os motoristas que transitam entre Palhoça e Biguaçu, na Grande Florianópolis, frequentemente enfrentam congestionamentos neste trecho da BR-101, sobretudo nos meses de verão. Após 10 anos de obras foi inaugurado, na última sexta-feira (9), o Contorno Viário da Grande Florianópolis, estrutura com 50 quilômetros de extensão e que tem como objetivo principal reduzir o tempo de deslocamento no trecho que corta a região metropolitana de Florianópolis.

A concessionária responsável pelo trecho, Arteris Litoral Sul, afirma que a rodovia vai diminuir o percurso entre Biguaçu e Palhoça de 2 horas para 40 minutos, impactando diariamente cerca de 30 mil veículos, sendo 18 mil caminhões. Ao longo de todo o Contorno Viário os motoristas passarão por quatro túneis, seis trevos de acesso a municípios e sete pontes. O valor investido foi de R$ 3,9 bilhões.

Mais velocidade
A velocidade operacional no contorno viário será de 100km/h. Quarenta e quatro radares, nos dois sentidos, da estrada, controlam o tráfego.

Com expectativa de um alto trânsito de caminhões, foram instaladas 667 vigas e 470 toneladas de concreto asfáltico ao longo de toda a extensão do contorno viário.

A obra foi construída sem aclives ou declives acentuados, sendo mais plana e tendo somente curvas suaves, evitando a necessidade de reduções de velocidade e garantindo a característica de corredor expresso.

O traçado tem início no Rio Inferninho, em Biguaçu e termina no bairro Pachecos, em Palhoça. A extensão representa 18 vezes o tamanho da Avenida Paulista, em São Paulo, e sete vezes o comprimento da Avenida Beira-Mar Norte, em Florianópolis.

Importância econômica
Conforme o presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Mario Cezar de Aguiar, a inauguração do contorno traz a expectativa de redução dos congestionamentos.

— Para o setor produtivo, é um gargalo a menos a ser enfrentado na rodovia, já que a expectativa é de maior fluidez no trânsito para a movimentação de cargas na orientação Norte e Sul e de melhoria da segurança — diz Mario Cezar de Aguiar.

Para o presidente da Câmara de Transporte e Logística da Fiesc, Egídio Martorano, a saga do Contorno Viário da Grande Florianópolis traz lições importantes para Santa Catarina. A principal delas é a necessidade de uma gestão eficiente e integrada das áreas lindeiras, ou seja, aquelas que fazem limite com rodovias.

— Temos que seguir vigilantes para evitar que a região do Contorno sofra com o mesmo problema que vemos hoje na BR-101 nos trechos em que ela corta cidades litorâneas, como a Grande Florianópolis, Balneário Camboriú e Itajaí, onde a rodovia se transformou numa via de trânsito local.

Impacto histórico e ambiental
De acordo com o governo, também houve a preocupação com os impactos ambientais do empreendimento. Durante a construção, foram implementados 13 programas ambientais para a proteção dos ecossistemas da região. Entre as ações, por exemplo, estão salvamento de fauna, preservação da cultura indígena, resgate de flora e plantio compensatório.

Mais de 14 mil mudas foram plantadas para garantir a conservação da biodiversidade local, com diferentes espécies nativas. Também foram removidos cerca 56 mil exemplares de espécies exóticas, contribuindo para a regeneração da restinga.

Durante as obras, foram identificados mais de uma dezena de sítios arqueológicos e 7.990 artefatos foram resgatados e preservados em instituições de guarda. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) acompanhou o trabalho arqueológico.

Na região metropolitana há, ainda, 10 comunidades indígenas Guarani, próximas às obras do contorno. Com efeito, o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do empreendimento considerou a situação social e histórica das comunidades, elaborando medidas de redução de impacto que, segundo o governo, foram realizadas de forma participativa.

Formada por 22 cidades, a Grande Florianópolis, é um dos principais centros financeiros, industriais e turísticos de Santa Catarina. A região concentra 1,2 milhão de habitantes, cerca de 15% da população do Estado.

Fonte: GZH

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