CNT debate com frentes parlamentares impacto do aumento da mistura de biodiesel no diesel

Os pesquisadores tomaram como base a performance de dois caminhões, um Ford Cargo 815 (fase P5) e um Mercedes-Benz Accelo 815 (fase P7)

A Confederação Nacional do Transporte – CNT discutiu o impacto para a atividade transportadora da mistura do biodiesel de base éster ao diesel fóssil com a FPCAM (Frente Parlamentar em Defesa dos Caminhoneiros Autônomos) e com a FreCoopTRC (Frente Parlamentar Mista das Cooperativas de Transporte Rodoviário de Cargas).

A gerente executiva do Poder Legislativo da Diretoria de Relações Institucionais da CNT, Andrea Cavalcanti, apresentou aos parlamentares dados do estudo encomendado pelo Sistema Transporte à UnB (Universidade de Brasília). Os pesquisadores tomaram como base a performance de dois caminhões, um Ford Cargo 815 (fase P5) e um Mercedes-Benz Accelo 815 (fase P7). Quando abastecidos com diesel B20 (20% de biodiesel na mistura), em comparação com o B7, os motores sofreram perda de potência de até 10% e perda de torque de até 2,5% sob a mesma rotação. Quando se adotou diesel B20, ambos os veículos emitiram monóxido de carbono com valores acima dos limites estabelecidos pelo Proconve.

“Eu pedi aos caminhoneiros autônomos que estavam lá e às cooperativas que se juntem à CNT nessa pauta e demonstrem, enviando fotos e vídeos, os problemas mecânicos que eles também estão enfrentando”, relata a gerente.

O estudo demonstrou, ainda, que o aumento do biodiesel  no diesel resulta em aumento no consumo do combustível, o que demanda maior importação do diesel, podendo comprometer a segurança energética nacional.

O representante dos caminhoneiros autônomos presente na reunião, Janderson Maçaneiro, conhecido como Patrola, afirmou que é preciso buscar alternativas para a questão. Segundo ele, a mistura dos combustíveis gera aglutinação de água, que é um problema principalmente em locais de baixa temperatura.

“Os catarinenses, paranaenses e gaúchos vão sofrer agora no inverno. O caminhão não anda. Então estamos buscando um entendimento entre o governo, caminhoneiros e o agronegócio.”

Fonte: NTC

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