Segundo Diego Tomasi, vice presidente de transportes do SETCERGS, buracos são os principais problemas verificados
De acordo com dados da publicação Radar CNT do Transporte – Pontos Críticos 2023, lançada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) nesta segunda-feira (15), foram identificadas 2.648 ocorrências graves na malha rodoviária brasileira no ano passado, um resultado 1,5% superior ao de 2022. Particularmente quanto ao Rio Grande do Sul, foram relacionados 59 trechos com problemas, segundo outra ferramenta da entidade, o Painel CNT dos Pontos Críticos nas Rodovias Brasileiras.
Entre os perigos assinalados estão quedas de barreiras, erosões na pista, buracos grandes (cujo tamanho é igual ou maior que um pneu de veículo de passeio) e pontes estreitas ou caídas. No caso das estradas situadas em território gaúcho, a principal dificuldade enfrentada é quanto aos buracos: 38 incidências. Já a rodovia com maior número de ocorrências é a RSC-101 (segmento que liga Capivari do Sul a Mostardas).
Do total de pontos críticos no Rio Grande do Sul, 31 encontram-se na malha estadual e 28 na federal e 57 em trechos de gestão pública e 2 de administração concessionada. A atualização mais recente do Painel CNT dos Pontos Críticos nas Rodovias Brasileiras aponta Minas Gerais como o estado líder no ranking de ocorrências (com 403) e com menos o Distrito Federal (1). O Rio Grande do Sul encontra-se em 11º nessa lista.
O diretor comercial da Tomasi Logística e vice-presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga e Logística no Estado do Rio Grande do Sul (Setcergs), Diego Tomasi, considera que, apesar de o Estado ocupar uma posição intermediária nessa relação, é preciso ver o “copo meio vazio”. Ele acrescenta que como os gaúchos estão na ponta do Brasil o custo logístico na região já é mais elevado que lugares como São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Tomasi recorda que rodovias com defeitos significam maiores custos de manutenção e menor produtividade dos caminhões. O integrante do Setcergs confirma que uma das dificuldades mais frequentemente enfrentadas pelos motoristas, como aponta a pesquisa da CNT, são os buracos nas estradas. “E é um grande problema, porque um caminhão carregado não tem muita flexibilidade para desviar de um buraco, obrigando-o a passar por ele o que acaba muitas vezes estourando um pneu ou quebrando um feixe de molas”, frisa o dirigente.
Conforme a CNT, para solucionar a situação na malha rodoviária brasileira com quedas de barreira, erosão na pista, buracos de maior porte e pontes caídas e estreitas seria necessário um investimento de aproximadamente R$ 4,9 bilhões. No entanto, se fosse levado em conta o aporte necessário para a reconstrução, restauração e manutenção dessas estradas, esse montante subiria para cerca de R$ 46,8 bilhões.
Tipos de pontos críticos nas rodovias do Rio Grande do Sul:
Buraco Grande: 38 (64,4%)
Erosão na pista: 12 (20,3%)
Outros: 3 (5,1%)
Ponte estreita: 3 (5,1%)
Queda de barreira: 2 (3,4%)
Ponte caída: 1 (1,7%)
Fonte: CNT