PIB do Brasil avança 1% no 1º trimestre, impulsionado por serviços

Nível da atividade econômica alcança patamar 1,6% acima do período pré-pandemia

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 1% no 1º trimestre, na comparação com os três meses imediatamente anteriores, conforme divulgado nesta quinta-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Frente ao mesmo trimestre de 2021, o avanço foi de 1,7%. Em valores correntes, o PIB chegou a R$ 2,249 trilhões.

Trata-se do terceiro resultado positivo seguido, depois do recuo registrado no segundo trimestre de 2021 (-0,2%). O avanço, porém foi menor que o alcançado no 1° trimestre do ano passado (1,1%) frente ao 4º trimestre de 2020.

O resultado representa uma aceleração frente aos trimestre anteriores, impulsionada pelo setor de serviços – o mais impactado pela pandemia e de maior peso na economia –, que ainda tem encontrado espaço para recuperar o nível de atividade pré-Covid, apesar dos impactos da inflação e dos juros altos.

De acordo com o IBGE, com esse resultado, o PIB está 1,6% acima do patamar do quatro trimestre de 2019, período pré-pandemia, e 1,7% abaixo do ponto mais alto da atividade econômica do país, registrado no primeiro trimestre de 2014, o que equivale ao patamar observado em meados de 2013.

Análise setorial

Entre os grandes setores, houve queda na agropecuária (-0,9%), variação perto da estabilidade na indústria (0,1%) e elevação dos serviços (1%).

Pela ótica da despesa, a o consumo das famílias cresceu 0,7%, o consumo do governo teve variação de 0,1% e os investimentos caíram 3,5%.

O setor de serviços representa 70% do PIB do país. “Dentro dos serviços, o maior crescimento foi de outros serviços, que tiveram alta de 2,2%, no trimestre, e comportam muitas atividades dos serviços prestados às famílias, como alojamento e alimentação. Muitas dessas atividades são presenciais e tiveram demanda reprimida durante a pandemia”, explicou a coordenadora da pesquisa.

Também houve avanço no PIB dos serviços de transporte, armazenagem e correio (2,1%), comércio (1,6%), atividades imobiliárias (0,7%) e administração, saúde e educação pública (0,6%). Os únicos recuos foram em informação e comunicação (-5,3%) e na intermediação financeira e seguros (-0,7%).

Perspectivas

O bom resultado do 1º trimestre e indicadores antecedentes positivos nos últimos meses têm levado a uma revisão para cima das projeções para o crescimento da economia em 2022. Analistas apontam para um avanço do PIB acima de 1% no ano, enquanto o governo estima uma alta de 1,5%.

Por outro lado, parte das previsões para 2023 têm sido revistas para baixo, com algumas casas apontando para um crescimento até mesmo abaixo de 0,50%, em meio à inflação persistente, juros em alta, temores de recessão global e incertezas relacionadas à corrida eleitoral no Brasil.

Em 2021, o PIB do Brasil cresceu 4,6%, após o tombo de 3,9% em 2000.

Fonte: G1

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